Namoradas não são enfeites

Foto: Google.com

Conheço um cara que separa as mulheres em dois grupos: “moças que servem para passear de mãos dadas no shopping” e “moças que precisam ser escondidas do resto do universo”.

“Como assim?”, eu perguntei; tentando entender o motivo daquela segmentação bizarra.

“Não quero que meus amigos me vejam acompanhado de uma gordinha, por exemplo!”, ele me respondeu.

“Mas e se a gordinha fizer você feliz?”

“Não importa. Não é legal. Queima o filme.”

“Então você está me dizendo que escolhe suas parceiras baseado no que os outros vão pensar e não naquilo que você realmente acha e sente?”, questionei.

E ele, tentando se safar da minha pergunta, enrolou-se todo.

Confundir parceiros com acessórios estéticos não é comportamento exclusivo desse cidadão, acredite. É algo bem mais comum do que você imagina. Assim como alguns acreditam que terão mais valor se utilizarem carros luxuosos como meio de transporte, outros creem que o aspecto físico da namorada – ou namorado – é um elemento essencial para que sejam melhores cotados pelos membros da sociedade – pelos idiotas, talvez até sejam, é verdade, mas… Foda-se o que pensam os idiotas, certo?

Esse tipo de gente é muito fácil de ser reconhecido: os ostentadores de parceiros, geralmente, saem por aí com cara de “preste atenção em quem eu estou pegando”; caminham como se, em vez de parceiras, portassem troféus dourados. Gabam-se do corpo escultural daquela mulher que está longe de fazê-los feliz como a outra, não tão curvilínea, que eles nunca tiveram coragem de assumir; pois, de acordo com a cabeça vazia deles, não seria bom para imagem. Isso mesmo! Para eles, a imagem é bem mais importante do que qualquer outra coisa.

Acredite se quiser: todos os dias, em várias partes do mundo, o critério “o que vão pensar de mim se eu aparecer com ele (a)?” faz com que relações que têm tudo para dar certo não sejam nem sequer levadas em consideração. Uma pena.

E não é apenas o aspecto estético que faz com que pessoas pensem duas vezes antes de considerar a exposição do parceiro. Uma amiga, por exemplo, demorou a nos apresentar o cara com quem ela já saia há mais de um ano porque o cidadão, apesar de bonitão, era bem diferente da nossa turma de magrelos com medo de sol: tomava whey protein e gostava de música sertaneja. E, por isso, ela tinha medo de a acharmos menor por estar com um cara com gostos diferentes daqueles que temos. Doideira, né? Quando ela finalmente tomou coragem para trazê-lo em um dos nossos churrascos, além de zoarmos o aspecto colado da calça dele, ficamos felizes pela nossa amiga. Porque diferente dos ouvidos que costumava maltratar ouvindo sertanejo universitário, ele a tratava muito bem.

O lance é: saber que seu namorado a trata bem é a única coisa que deve ser levada em consideração por aqueles que realmente se importam com você.

Entendeu? Amigos verdadeiros não estão nem aí para as inúmeras características estéticas que diferem seu namorado do Malvino Salvador. Quem realmente se importa com você não está nem um pouco preocupado com o tamanho do bíceps e com o gosto musical do seu novo amor. E nem vai fazer julgamentos se o seu crush não possuir o mesmo QI do Einstein.

Quem gosta de você, sem dúvida alguma, só quer saber se o seu namorado gera sorrisos em seu rosto e paz no seu coração.

Por isso, não tenha vergonha de ir ao shopping de mãos dadas com aquele a faz se sentir bem. Pelo contrário, sinta-se constrangida, apenas, caso perceba que está escolhendo parceiros baseada no mesmo critério que utiliza para escolher pulseiras e anéis.

EOH

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