Fica comigo pra sempre?

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Ainda estou meio envergonhada com o nosso reencontro. Parece que foi a primeira vez que nos vimos. Tenho a sensação de que foi amor à primeira vista pela segunda vez, assim como da primeira em que nos conhecemos.

Já lá vai um bom tempo desde o último suspiro ao teu lado, quando tu decidiste soltar a minha mão e caminhar sozinho. Eu sei que não foi por ti. Fizeste-o por mim. Sim, tu sabias todas as minhas dúvidas em relação a nós. Sim, era eu quem estava com a cabeça a mil sem saber para que lado me virar. Preferiste deixar-me a conversar com os meus botões, na esperança que eles me elucidassem sobre toda a poeira que rondava a minha mente. Sinceramente, era disso que eu precisava. Uns momentos para mim. Uns momentos para cuidar de mim, do meu ego, da minha apaixonante forma de ver as coisas.

E eu deixei-me ir, na esperança de que, quando eu voltasse, tu estarias exatamente no mesmo sítio, à minha espera.

Sempre fui apaixonada por ti, mas talvez tenhamos ido depressa demais e isso assustou o meu coração. Mas agora, o susto deu lugar a uma incontrolável fome de ti. E digo isto ainda meio envergonhada…

Tive saudades tuas. Outra coisa não seria de esperar. Tive saudades das tuas mãos delicadas e do cheiro do teu perfume. Tive saudades dos teus lábios e da tua pele. Dos teus olhos cor de avelã e das tuas sardas tímidas. Tive saudades dos teus cafunés no meu cabelo e até dos ataques de cócegas que me punham a fazer figuras tristes. Tive saudades dos teus abraços apertados e do teu beijo no pescoço. Das tuas mordidelas na orelha e dos teus sussurros ao ouvido. Tive saudades das nossas conversas ao telefone e das tuas piadas secas. Da tua preguiça matinal e da tua irrequieta maneira de ser.

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