Eu me apaixonei pelo seu olhar

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Eu me apaixonei pelo seu olhar. Centenas de vezes. Todos os dias desde aquela tarde no parque em que nos conhecemos. Você veio toda atrapalhada, com um sorvete rosa na mão e sem querer esbarrou em mim. Derrubou o sorvete todo na minha camiseta clarinha. E me olhou assutada, envergonhada e pedindo desculpas sem parar.
Ah, seus olhos brilhavam para mim mesmo com toda aquela timidez. Fiquei vidrado neles. Não conseguia parar de olhar. E não foi pela cor de seus olhos, como talvez você esteja pensando, apesar de aquele castanho mel, beirando um quase verde terem o seu charme também. Não foi pelo formato dos seus olhos ou pela forma como seus cílios ficaram lindos piscando para mim. Não foram os seus olhos que me encantaram. Foi o seu olhar.
Ele tinha uma presença tão única que não importe o quanto eu tente, jamais vou ser capaz de descrever. Ele gritava para mim. E ainda assim, mesmo gritando, ele me acalmava. Ele fazia tudo aqui dentro calar, tudo encontrar o seu lugar. O seu olhar me trouxe paz.
Você corou um pouco quando percebeu que eu já não estava mais escutando seus pedidos de desculpa por estar absorto demais, perdido demais na intensidade daquele olhar. E desviou.
Ah, você levou meu coração junto quando seus olhos deixaram de fitar os meus. E eu soube naquele instante que eu precisava te conhecer. Eu precisava saber mais de você. Eu precisava de mais tempo com aquele olhar.
Pra minha sorte, seu coração ainda tinha espaço para mim e a gente começou a conversar, a sair, a namorar. Você entrou na minha vida e seu olhar também. Pra ficar.
Eu me apaixonei pelo seu olhar naquela tarde. Me apaixonei por ele no dia seguinte quando a gente saiu. E naquela noite em que fomos juntos para o cinema. Na tarde que eu fui conhecer os seus pais. Naquela apresentação num festival da cidade que você fez e ficou olhando para mim naquela música que eu pedi para você cantar. Eu me apaixonei pelo seu olhar ontem antes de dormir. E hoje pela manhã, também. Eu me apaixonei pelo seu olhar todas as vezes que nossos olhos se encontraram.
Karoline Krahl
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