Abram-se as portas para a gente começar. Abre a porta da tua casa, a do teu peito, a dos teus lábios. Eu aposto o que você quiser que quem brinca com fogo sai queimado e ninguém mandou você entrar nessa. Mas já que eu estou aqui, deixa que a casa caia. Vamos viver novas histórias e fantasias, inventar novas expressões e novas gírias. Quem não tem o interesse mais genuíno em começar algo novo como o que a gente está prestes a começar? Deixa que o futuro fica pra depois. Agora é o agora. É o momento que vai passar num piscar de olhos. Eu duvido que perder tempo está sua lista de coisas a fazer antes de morrer. Isso é logo, logo. Logo ali na frente. Não há tempo a se perder e todo minuto é precioso. É agora ou nunca.
Somos nós que escreveremos a história. Nossa história ou a de outros, isso é um mistério a ser descoberto. Essa noite vai ficar sempre na minha mente ou na sua? Pra quem importar menos, vai cair no esquecimento, simples assim, como se nunca houvesse acontecido. Queria eu ter memória para conseguir lembrar todas as coisas pelas quais já passei. Pessoas como a gente e tudo que elas tem a oferecer. Até onde você me permite ir? Um pouco além ou um tanto abaixo? As expectativas andam altas e as apostas são as mais variadas. Tudo é passível de um pouco de negociação. Mas vamos tentar, vamos ficar juntos. Quem sabe a vida inteira, talvez alguns segundos. E são as luzes da cidade, dos carros passando, o espumante estourando, as ideias fluindo. Um pouco de tudo, em busca de nada. É tão difícil assim de entender as coisas simples? A chave está no que é descomplicado. Já descomplicar é arte que poucos dominam. Digamos que eu me garanta nisso e possa estar disponível para te mostrar.
Então chega mais perto para que a gente possa conversar. Esperei por isso durante muito tempo. Longas noites de expectativa e técnicas velhas e baratas em rede social. Estratégia de guerra, like na hora certa. Granada nas trincheiras, deixa que a coisa exploda. Eu e você merecemos acontecer. Vai dizer que não? Para mim isso é tão evidente. É um fato latente, mas prestes a desabrochar. Que não viu, verá. Está implícito em cada ação, nos olhares mascarados e nos gestos tácitos. Desde quando começamos a dissimular? Olha que eu acho que foi desde sempre. Olha que ‘sempre’ é tempo pra caraca. Como que vamos então contrariar a ideia de que andamos mais do que merecendo um ‘match’ desses instantâneos, como se fossemos fantoches de alguém, só no aguardo de pressionarem o botão de ‘start’ para colocar todo o maquinário na pista.
Pista. Sinais. Alta velocidade. Existe uma grande chance de nos perdermos em alguma curva perigosa. Deixa a coisa capotar. Virar quinze vezes, explodir, virar em cinzas. Deixa que sobre só a carcaça. Olha só, foram tantas metáforas nessas palavras que preciso explicar que te marquei aqui para que você entenda e não para que você entre em mais confusão. Mas qual é a graça de ser muito óbvio? Tá tudo subentendido. Vê quem quer.
E se você realmente estiver querendo ver, eu já tinha dito tudo lá no início: Eu e você merecemos acontecer.