Me apaixonei pelas suas crises

Um beijo, duas mordidinhas daquelas que puxam os lábios e uma saudade de algo que, no fundo, a gente sabe que nunca irá acontecer.

Todos os beijos que dei nela foram de despedida. Em poucos dias, brincamos de trocar sinceridades, pulamos corda e carnaval, rimos das fantasias dos outros e tiramos as nossas; por que fantasias se juntos já somos tão palhaços?

Ela? Olhos fundos, escuros, cheios de histórias e bonitos de descrever, um jeito maluquinho de ver a vida e uma franjinha daquelas que a gente brinca de colocar para o lado com a ponta dos dedos.

Ela? Ótima em línguas. E até fala um pouquinho de inglês. Beija como se quisesse dizer algo muito importante, mas, pera, só me dá mais um beijo aqui… com as mãos brinca com o meu cabelo e diz, sempre em tom de sussurro, com aquela voz doce de quem quer ir embora a qualquer momento: a nossa confusão é tão mais gostosa!

E aceitar as confusões de alguém é a forma mais bonita de amar; “te quero todinha, sem ponderações!”.

Um pouco Amélie Poulain, um pouco Amy Winehouse, mas muito de… como não se apaixonar.

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Ela é quem quiser ser, mesmo que, no fundo, eu consiga ler as suas, tão suas, inseguranças. Crises? Suas eternas companheiras, quase melhores amigas, e junto a elas todos os charmes que só a vulnerabilidade de uma pequena crise de pânico traz. Vem cá… deixa que eu cuido de você, vamos sair do meio da multidão, estou aqui, quer que eu pegue uma água para você, vai passar, sempre passa… até a gente passou, viu só?

Bella ragazza, menina do mundo e por alguns dias “minha linda”, mas, claro, de possessivo só o pronome. Ela é muito do mundo para se prender a alguém que canta no chuveiro músicas que rimam amor com calor, sonha em adotar todos cachorros do mundo e, como se fosse legal e descolado, usa meias coloridas. Não é cara dela. Mas, por outro lado, não tem cara de quem ama pela metade. Até porque, convenhamos, pessoas que têm a arte no olhar e no coração nunca vivem nada pela metade.

Amanhã ela se vai, cheia de escalas, algumas tatuagens nos tornozelos e outras em lugares que ainda não descobri. Longe, presos pela liberdade da distância, um pedaço de mim se vai com ela. Um pedaço bonito, cheio de bem querer e boas risadas – todas intercaladas com beijos, claro. E quando digo a gente, na verdade, digo só eu, pois ela, sem dúvidas, ainda nem visualizou a minha mensagem de ontem; é o seu jeitinho, sempre assim, uma mescla de confusão, crises e beijos.

Frederico Elboni – EOH

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