Sorte ao quadrado

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Sete sempre foi o meu número da sorte. Logo eu, cheia de manias. Que acredito que quebrar um espelho da sete anos de azar, que vejo um gato preto e não deixo cruzar meu caminho. Logo eu, que escolhi um sete pra eleger como Meu. Não saio da casa de ninguém, sem que a pessoa abra a porta. Sei lá né, dizem que se não for assim, a gente nem volta. E eu? Eu sempre gostei de voltar. Sempre me acolhi no meu lar e fiz dele meu canto.

Canto pra rir, pra chorar, pra ser só minha, pra ser sozinha. Meu lugar. Eu sempre fui daquelas que ia, mas morria de vontade e saudade do que deixava. Sempre fui meio metade. Sempre fui meio incompleta buscando a peça pra me completar. Acreditava em baralhos, e ainda acredito. Guardava todos os números que via escrito pela cidade. Sabe aqueles? Que prometem trazer seu amor em sete dias? Esses.

Não me julgue, era meu número. Sete. Sete sempre me colocou no meu espaço, me deu colo quando o mundo desabava. Sete, pra mim, era meu símbolo de esperança. Era o que me deixava me jogar na dança que é essa vida louca que a gente vive. Sete. Sempre foi. Mas aí, apareceu você. No meio do meu coração quebrado, enquanto eu rezava pro meu sete vir me segurar e me levar daqui.

Você apareceu e com um simples toque, me fez sorrir. Arrancou de mim o que eu nem sabia que me pertencia. Arrancou o que eu nem esperava que me aguardava. Você, transformou meu azar em sorte. Não prometeu trazer meu amor em sete dias, até porque, ele já tava longe. Meu amor tava mais pra amor de outro alguém. Você não jurou me levar de volta, mesmo sabendo que eu adoro fugir. Você me fez ficar ao invés de ir. Você, com esse jeito fechado, deu um jeito logo logo de me abrir. Me fez sair do fundo e me deu a esperança que o sete nunca poderia me dar sozinho. Você fez o sol aparecer mais lindo, a lua aparecer mais dela.

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Você fez, de um jeito único, que eu virasse aquilo que eu sempre tive medo. Você me deixou ser eu mesma. Você gargalhou dos meus defeitos e se identificou com as minhas histórias. Me fez ligar os pontos que o destino soltou no meu caminho. Me fez querer te conhecer. Me fez entender que a sorte tinha nome e sobrenome e tava toda em você. Loucura, o que eu achava que seria em sete dias?

Foi em menos. Bem menos. Você deu um jeito de me deixar me interessar, me deu vontade de estudar seus trejeitos e antes que eu percebesse, tinha planos em te beijar. Pois é, sete perdeu a majestade. E eu, me encontrei completa. Meu outro sete perdido voltou e me fez entender que tudo o que eu precisava, era somar e não sumir. Você somou, e agora meu número da sorte virou um nome.

Entendi que no meu corpo, há lugar pra você. E permiti que viesse, mas não lhe permito que se vá. Você é minha sorte ao quadrado e eu nem preciso de um espaço vago no meu coração. Você limpou a bagunça e arrumou logo um quarto, que chamou de seu. Mas e eu? Posso me chamar de sua?

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